segunda-feira, 24 de maio de 2010

EXAGERO


Ok, parcerias entre grandes grupos sempre ocorreram na indústria automotiva; o Volvo S40 é o Mitsubishi Carisma, alguns Cadillacs dos anos 90 eram baseados no Omega, sem falar que o motor DKW equipou os primeiros Saab, enquanto Volvo, Renault e Peugeot desenvolveram em conjunto o V6 que acabaria equipando o DeLorean. Até aí, tudo bem. Tudo bem também que o Logus era moderno e, após ter superado os problemas de suspensão e do carburador eletrônico dos primeiros modelos, se tornou um bom carro. Mas, daí a batizar de Wolfsburg Edition uma série especial do modelo, que não passava de uma versão mais bonita do Escort Sedan com emblema da VW, foi um tanto infeliz por parte da montadora alemã. Imagine se a Ford fizesse um Versailles Detroit Edition?

quinta-feira, 20 de maio de 2010

"PUCA"


Foi a palavrinha nova que aprendemos aqui em casa nesta semana.
Tem coisas que só o antigomobilismo faz por você...

quarta-feira, 19 de maio de 2010

ASSENTO GIRATÓRIO


A foto acima, enviada pelo amigo Artur Yamamura, mostra o curioso acessório opcional que equipou os Chrysler de 1959 a 1963. O equipamento podia ser apreciado em um 300G do acervo do extinto museu da Ulbra, cujo assassinato dispensa maiores comentários, e até que era dispensável nas amplas banheiras americanas. Mas muita gente acharia útil se ele fosse oferecido em Pumas, SP2 e assemelhados...

terça-feira, 18 de maio de 2010

O MAIS SELVAGEM DOS 911

Como é recorrente neste blog, costumamos flertar com a idéia de eleger a versão ideal de cada modelo do passado. Quando o assunto é Porsche 911, devo admitir que, se tivesse escolha, ficaria com um da safra entre 1968 e 1972, como já comentado aqui, mas confesso uma enorme curiosidade em guiar um dos primeiros 911 Turbo, cujo comportamento é descrito como tão brutal que era capaz de diferenciar os verdadeiros pilotos dos reles motoristas - o "coice" do turbo aliado a um comportamento exageradamente sobresterçante podia levar a reações difíceis de domar. Em uma década kitsch, ressaqueada pela crise do petróleo e marcada por modelos de desenho pesado e pela retração no lançamento de superesportivos, o selvagem 911 Turbo, lançado em 1975, foi o grande barato, tornando-se um ícone entre os entusiastas da marca até 1986, quando foi amansado, coincidentemente com o lançamento de outro eterno Porsche, o 959. Chamado de 930 (designação interna da Porsche) no mercado americano, ele seguiria até 1989. Os 911 Turbo que vieram nas gerações seguintes, embora excelentes, já eram feras em cativeiro, segundo os puristas.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

LITERATURA - VI

Na medida em que a paixão (ou doença, dependendo do ponto de vista) pelo antigomobilismo avança, uma enorme frustração vai tomando forma entre os não-iniciados em mecânica, a de não se sentir minimamente apto para explorar a parte mais fascinante da brincadeira, que se esconde sob o capô. Para esse público, é comum o seguinte fenômeno: depois de revirar feirinhas de pulgas e sites de leilões atrás de detalhes e miudezas até ver seu carro antigo pronto, este acaba perdendo a graça porque, dentro do cofre do motor, escondem-se mistérios aparentemente impossíveis de serem desvendados. Então está na hora de partir para um "novo antigo" e assim sucessivamente, certo? Bem, se você for proprietário de um VW refrigerado a ar, talvez uma opção mais interessante - e barata - seja o livro acima, conhecido nos EUA como The Idiot Manual. Fui apresentado a ele há poucos dias e posso simplesmente dizer que ele é um dos culpados pelas poucas atualizações no blog ultimamente. Para quem espera o velho clichê das histórias sobre o nascimento e a evolução dos Volkswagen ou um guia sobre qual o friso correto de cada modelo ou mesmo fotos de alta qualidade, esta obra pouco tem a oferecer. Mas, se você está entre os que já se embaraçaram mais de uma vez por não saber lixar um platinado nem limpar um carburador, sua leitura é pura diversão. Em inglês, na Amazon, por US$ 16,50.

terça-feira, 11 de maio de 2010

MATÉRIA REQUENTADA

Tanto se falou sobre os conversíveis alemães de prestígio dos anos 30, que não poderia ficar esquecido o clássico BMW 328, que já foi alvo de um antigo post neste blog e que tinha uma proposta um pouco diferente dos Mercedes e Horch da mesma época. Para os fãs da Casa de Munique, acho que vale a visita. A dupla acima faz parte do acervo do Simeone Foundation Automotive Museum, Philadelphia.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

O RIVAL


Em toda a história do automóvel, houve épocas em que as rivalidades entre marcas e modelos se acirraram tanto que a disputa saiu das pistas de competição e foi para as garagens dos apaixonados de cada escuderia. Me vêm à memória "duelos" como Mustang x Camaro nos anos 60, Ferrari x Lamborghini nos 70's, Mercedes x BMW nos 90's e até Civic x Corolla nos dias de hoje, mas nenhum foi tão marcante quanto o da Mercedes x Auto Union nas pistas de corrida dos anos 30, transplantado para as estradas pelos belíssimos roadsters de cada uma - a Auto Union era representada pela Horch, marca de luxo do grupo. Mesmo com o orçamento um pouco mais apertado do que o dos rivais da estrela de três pontas, o pessoal da marca das quatro argolas acabou fazendo história graças ao mais fantástico carro de competição já criado, o Auto Union Typ C, que acabou marcando mais do que os contemporâneos W125 e W154 da Mercedes. Nas estradas, os Horch 855 Spezialroadsters, derivados do Cabriolet 853, eram o que a marca oferecia de melhor e os 120 cv do oito em linha 5.0 lhe davam um desempenho quase tão soberbo quanto o dos 540K, sem o recurso do compressor mecânico. Ao contrário da Mercedes, que desenhou e produziu quase todas as cerca de 30 carrocerias do 540K Spezial, o 855 ficava a cargo de encarroçadores independentes, como o modelo 1938 da foto, exposto em Pebble Beach em 1999, ano do centenário da marca. Para que se tenha uma idéia do prestígio desses veículos, dos quais apenas 10 foram produzidos, o primeiro proprietário da unidade acima foi o Reichsmarschall Hermann Göring. Sua encarroçadora foi a firma Erdmann & Rossi, convenientemente situada em Berlim.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

MAIS UM MERCEDES CLÁSSICO


Como bem lembrou o AGB em comentário no post abaixo, a linhagem dos Mercedes-Benz esportivos dos anos 30 teve início em 1932, ano do projeto que se materializaria na linha 380, representada aqui pelo 380K Cabriolet 1933, vencedor do Troféu Roberto Lee de 1999 e fotografado no Brazil Classics 2006. Com motor oito em linha de 3.8 litros e 140 cv na versão sobrealimentada (havia também o 380 sem o "K", com apenas 90 cv), ele evidencia a forte identidade da marca na grade dianteira, mas seu estilo é bem mais comedido do que o do exclusivo Spezial do post abaixo, ficando as maiores diferenças na posição da capota quando abaixada, a traseira mais curta e o parabrisa mais convencional no Cabriolet, além da ausência dos tubos de escapamento saindo do capô vistos no Spezial. Embora a mecânica tenha evoluído continuamente, com o 380 sendo oferecido em 1933 e 1934, o 500 em 1935 e 1936 e o 540 de 1936 em diante, o estilo dos modelos se diferencia apenas em detalhes; houve também opções de modelos fechados de duas e quatro portas e não foi ofereciado o Spezial na versão 380. Para as então recém-inaguradas Autobahnen, não havia nada melhor...

quinta-feira, 6 de maio de 2010

UM VISLUMBRE DA PERFEIÇÃO

Como se não bastassem os 180 cv líquidos do oito em linha de 5.4 litros sobrealimentado por compressor mecânico, que faziam dele o carro mais rápido das então recentemente inauguradas Autobahnen alemãs e refletiam o espírito das Silber Pfeile de Rudolf Caracciola, o Mercedes-Benz 540K Spezial foi um dos roadsters mais bonitos do seu tempo, herdeiro da tendência streamline que floresceu na França dos anos 30, mas sem as extravagâncias de estilo dos seus contemporâneos gauleses. O enorme capô, as portas em estilo suicida, o parabrisas diminuto e os paralamas que remetem a ondas do mar se projetando para frente, além da traseira alongada, diferenciam o Spezial dos 540K regulares, inclusive do Cabriolet, que não era tão exclusivo - foram feitos menos de 30 exemplares entre 1936 e 1939, como a unidade acima, premiada em Pebble Beach/2000. Para os que ainda estão indecisos sobre ir ou não ao próximo Brazil Classics, é bom lembrar que é este o modelo escolhido para ilustrar o convite...

quarta-feira, 5 de maio de 2010

CINQÜENTONA EM GRANDE ESTILO


Dois lançamentos marcaram o ano de 1953 como, talvez, o marco inicial da escalada da escola de design norte-americana rumo aos delírios do final da década: os exclusivíssimos Cadillac Eldorado e Buick Skylark, ambos oferecidos, exclusivamente na versão consersível, como séries especiais de produção restrita naquele ano. A identificação do Skylark com o primeiro Eldo é imediata: rodas raiadas, o "ombro" logo atrás das portas e menor altura do solo que lhe davam ares esportivos, detalhes que seriam incorporados a modelos menos exclusivos com o passar dos anos; o novíssimo V8 322 (5.3 litros) aposentava o venerado straight-eight, mas o câmbio continuava Dynaflow. Curiosamente, as peças publicitárias o exaltavam como a six-passenger sports car! Os dentes da grade e o friso lateral formando um arco descendente não deixam dúvidas quanto ao pedigree da marca, mas o desenho da dianteira, de aspecto um tanto tristonho, não era tão feliz quanto o dos anos anteriores. Concebido para marcar os 50 anos da Buick, o Skylark não deixou uma linhagem como o Eldorado, embora o nome tenha sido aproveitado na década seguinte para designar um modelo compacto, basicamente um clone do Oldsmobile F-85 e, posteriormente, do Chevelle.

sábado, 1 de maio de 2010

BOA SURPRESA


Apesar do encontro do Alphaville de hoje ter sido boicotado pelos próprios organizadores, que preferiram não divulgar onde seria a reunião do Veteran (dava para ver seus exclusivos bólidos passando direto pelo condomínio em direção a Ouro Preto), boas surpresas apareceram por lá num total de cerca de 15 carros, entre eles o Passat TS 77 e o Bel Air 56 que já apareceram por aqui. Inédito foi esse Camaro Z28 1995 com motor V8 LT1 350 (5.7 litros, 275 cv líquidos), câmbio manual de seis marchas e apenas 18 mil milhas, residente em BH desde 0km e em estado impecável de conservação. O Camaro teve quatro gerações antes da atual, sendo este um representante da quarta, que foi de 1993 a 2002. A mecânica padrão era um V6 com câmbio automático, mas essa versão vinha sempre com o LT1 - uma evolução do small-block que havia aparecido no Corvette em 1992 - mantendo viva a legenda da sigla Z28, associada ao Camaro desde 1967.